Este texto é inspirado nos recentes bate-papos que venho tendo na companhia da Franciele Dall’Agnol com convidados sob a temática de Carreira & Comunicação, na Sala de RH. Ainda, na inundação de discussões sobre ser ou não ser cringe, que tomou todas as redes e na qual não entrei. A hipótese que proponho para discutirmos aqui é a de que enquanto a gente discute quem é mais foda, perdemos todos.
No entanto, antes de começar a discussão, vamos tirar da frente o termo foda empregado no título, assumindo que se trata de uma apropriação do palavrão para designar aquilo que é muito bom, incrível, ou mesmo sinistro, em bom carioquês. Dito isto, sigamos.
Estamos acostumados, a cada geração, bater no peito para buscar razões para nos orgulharmos de ter avançado em questões nas quais as anteriores eventualmente falharam. Apesar disto, ainda somos os mesmos, e vivemos (referência a Como nossos pais, letra de Belchior, mais famosa no vozeirão da Elis Regina), embora demoremos a entender que é isso mesmo.
Enquanto a gente discute
Vejamos a discussão entre millenials e geração Z sobre ser ou não cringe. Por trás do que alimentou a treta pode haver desde a zoeira, aquela mesmo, que never ends, mas pode também haver doses do preconceitozinho geracional, o mesmo que te faz torcer o nariz para aquele colega de trabalho mais velho, ou ter certeza de que só você arrasa porque é de outro século.
O negócio é que enquanto a gente discute quem é mais foda, perdemos todos. E essa hipótese ficou muito verdadeira quando conversamos com a Eliane Kreisler, na última terça, 13 de julho. O tema era carreira 50+, sobre o quanto é difícil se manter, ou recolocar no mercado de trabalho, quando uma idade considerada “de velho” chega. A questão é: defina velho.
Quem é mais foda
Precisa mesmo perder tempo em busca dessa resposta? Na conversa com a Eliane, ficou claríssimo que não. E que a gente não deveria eufemizar o preconceito geracional, ou etário, ou idadismo, etarismo, ou qualquer outro termo, em brincadeiras.
Enquanto falávamos, me veio à cabeça um artigo que escrevi há pouco mais de dois anos, sobre criatividade nas gerações. Ou seja: tem gente foda em todas elas, e seria muito mais produtivo se nos ativéssemos ao quanto somamos quando resolvemos fazer alguma coisa juntos.
Perdemos todos
É um contrasenso levarmos qualquer discussão para respostas que dependam de comparações, ou contrapontos entre duas alternativas, quando o assunto é a convivência entre diferenças. Ser pela diversidade é, antes de tudo, ser capaz de dialogar em vez de buscar simplificar o tratamento de um tema que é complexo por definição (de que diversidade estamos falando?).
Precisamos estar dispostos a confrontar preconceitos, tocar em questões incômodas e rever status quo, se queremos, de fato, nos posicionar com coerência, consistência e relevância em relação aos assuntos. Na dúvida sobre como fazer, a dica é estudar a si mesmo.
Caminhos possíveis
Conhecer a sua real identidade, posicionamentos possíveis, como exercê-los e o que trazem de diferenciação em relação a todo mundo, é um bom caminho para não nos pegarmos imersos em discussões sobre quem é mais foda. Afinal, nossa mãe já dizia que a gente não é todo mundo. E se ela sabe disso, nós também precisamos ser capazes de descobrir.
Na dúvida sobre por onde começar? O curso Identidade e posicionamento profissional: quem é você e quais os seus diferenciais, vai acontecer de 11 a 27 de agosto. As inscrições estão abertas com lote promocional limitado (e sem copy para brincar com o seu gatilho de urgência), benefícios e nas próximas semanas novidades sobre masterclasses com referências nos temas abordados.
Dúvidas, me chama. Só não entra, por favor, em discussão sobre quem é mais foda, na qual perdemos todos. Combinado?
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